Como várias regiões de Pernambuco, Cavaleiro teve seu início em terras de engenho.
Tendo Francisco da Fonseca Lima, construído um engenho no local onde hoje temos a rua Silvino Macedo, e procurando com a família um nome para batizá-lo, escolhem o nome de Cavalheiro, em homenagem ao seu tio e sogro, Francisco Casado de Lima, que eles consideravam cidadão de muito prestigio e de um cavalheirismo a toda prova, pois nos momentos mais difíceis era capaz de manter-se calmo e sereno. Toda via o povo sem a preocupação ou entendimento de pronunciar a palavra corretamente transformou o nome da região em Cavaleiro como hoje conhecemos.
Mas com o surgimento do engenho a vapor, Cavalheiro teria que encerrar suas atividades, cedendo lugar ao engenho Jangadinha, construído no local onde funciona hoje o abrigo de menores. Quem tiver oportunidade de passar por ali, deve parar para admirar a beleza de sua arquitetura e a solidez de sua construção. Elas nos falam de uma época de grandeza. Assim como o Cavalheiro, o Jangadinha também teria que pagar seu tributo ao progresso, pois ele que 1904 moia a todo vapor, estava em 1919 moendo apenas para vender a pequenos comerciantes que revendiam as suas mercadorias pelas calçadas das ruas de Recife e Jaboatão. Nesta época o Jangadinha não pertencia mais a Francisco da Fonseca Lima, cuja família crescendo espalhou-se pelos outros engenhos, como seu filho Francisco Cornélio de Fonseca Lima (pai da senhora Adosina de Fonseca Lima, esposa de do Sr. Gonçalo Pereira Lima), que tendo partido para Palmares, tornou-se chefe político de renome, conseguindo ser o primeiro prefeito de água preta. Era o jangadinha nesta época propriedade do Senhor Francisco Brandão (conhecido por todos como seu Brandão) que o havia recebido como presente de seu sogro.
Jangadinha possuía um açude que fornecia água para o engenho, e na atualidade é uma das fontes de abastecimento de água para os habitantes de Cavaleiro, pois em 1945, o senhor Teófilo Pereira de Lima, que viria a ser líder comunitário, conseguiu do então Governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães, que sua água fosse canalizada para servir a população, que em 1925 era habitada apenas por alguns moradores e deste fato por diante, começa a crescer e se desenvolver. Pode-se dizer que Cavaleiro foi um dos primeiros povoados em Pernambuco a ter água encanada.
Antes de Cavaleiro receber água encanada, já devia apresentar necessidades de região que crescia e se desenvolvia, pois em 1930, foi criado o 1º posto policial.
A partir de 30, surgiu o primeiro líder (Teófilo Pereira de Lima) , que foi responsável pela criação e desenvolvimento da primeira feira em 1935 na rua Siqueira Campos. Criada a Feira, sabendo Teófilo da importância dela para o desenvolvimento de Cavaleiro, não deixava que os feirantes e produtores sobrasse com mercadorias, comprando-as muitas vezes e distribuindo aos pobres, exigia dos vendedores que as trouxessem escolhidas, pois, teriam comércio garantido. Cavaleiro foi aos poucos se tornando famoso e dentro em breve sua feira era conhecida em todo Pernambuco. Isto atraiu muitos comerciantes, que aqui se estabeleciam, para aproveitar o afluxo de gente vinda de todas as partes para as feiras de sábados e domingos. Junto aos comerciantes vieram também seus familiares e amigos, e outros, atraídos pela feira e a promessa de progresso. Já em 1937, em virtude de espaço, a feira foi transferida para a praça Samuel Campelo, que hoje se chama Teófilo Pereira Lima em homenagem ao benemérito que com sua luta em favor da construção de um mercado público, que se concretiza em 1943, mais uma vez através de Agamenon Magalhães (que na atualidade dá nome à principal avenida do distrito de Cavaleiro).
Mas Teófilo não descansava, e achava que a região precisava de educação, para ele não era o bastante o Mercado Público, a água encanada, o abrigo de menores abandonados, e o abrigo do Cristo Redentor, as escolas daquela época não eram suficientes para o crescimento da população, e então Graças mais uma vez ao Senhor Teófilo e Agamenon Magalhães em 1953 Cavaleiro recebe o Grupo Escolar Murilo Braga, Hoje Escola Estadual Murilo Braga, que é uma dos grandes departamentos educacionais que fazem parte da história de Cavaleiro e da história individual de seu habitantes juntamente com os hoje também chamados como Escola Estadual Profº Moacir de Albuquerque e Ministro João Alberto, e em 1954 é criado seu cartório Civil.
Mas faltava sua paróquia, em 1958, graças aos esforços de um grupo de homens, tendo a frente Davino Tenório, é criada por D. Antônio de Almeida Morais Junior, a Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes de Cavaleiro, que por muitos anos funcionou no então Grupo escolar Murilo Braga tevê sua sede inaugurada em 1973.
Fonte: A. X. C. Matriz de Nossa Senhora de Lourdes Cavaleiro, 1973.