domingo, 20 de dezembro de 2009

História de Cavaleiro

Como várias regiões de Pernambuco, Cavaleiro teve seu início em terras de engenho.


Tendo Francisco da Fonseca Lima, construído um engenho no local onde hoje temos a rua Silvino Macedo, e procurando com a família um nome para batizá-lo, escolhem o nome de Cavalheiro, em homenagem ao seu tio e sogro, Francisco Casado de Lima, que eles consideravam cidadão de muito prestigio e de um cavalheirismo a toda prova, pois nos momentos mais difíceis era capaz de manter-se calmo e sereno. Toda via o povo sem a preocupação ou entendimento de pronunciar a palavra corretamente transformou o nome da região em Cavaleiro como hoje conhecemos.

Mas com o surgimento do engenho a vapor, Cavalheiro teria que encerrar suas atividades, cedendo lugar ao engenho Jangadinha, construído no local onde funciona hoje o abrigo de menores. Quem tiver oportunidade de passar por ali, deve parar para admirar a beleza de sua arquitetura e a solidez de sua construção. Elas nos falam de uma época de grandeza. Assim como o Cavalheiro, o Jangadinha também teria que pagar seu tributo ao progresso, pois ele que 1904 moia a todo vapor, estava em 1919 moendo apenas para vender a pequenos comerciantes que revendiam as suas mercadorias pelas calçadas das ruas de Recife e Jaboatão. Nesta época o Jangadinha não pertencia mais a Francisco da Fonseca Lima, cuja família crescendo espalhou-se pelos outros engenhos, como seu filho Francisco Cornélio de Fonseca Lima (pai da senhora Adosina de Fonseca Lima, esposa de do Sr. Gonçalo Pereira Lima), que tendo partido para Palmares, tornou-se chefe político de renome, conseguindo ser o primeiro prefeito de água preta. Era o jangadinha nesta época propriedade do Senhor Francisco Brandão (conhecido por todos como seu Brandão) que o havia recebido como presente de seu sogro.

Jangadinha possuía um açude que fornecia água para o engenho, e na atualidade é uma das fontes de abastecimento de água para os habitantes de Cavaleiro, pois em 1945, o senhor Teófilo Pereira de Lima, que viria a ser líder comunitário, conseguiu do então Governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães, que sua água fosse canalizada para servir a população, que em 1925 era habitada apenas por alguns moradores e deste fato por diante, começa a crescer e se desenvolver. Pode-se dizer que Cavaleiro foi um dos primeiros povoados em Pernambuco a ter água encanada.

Antes de Cavaleiro receber água encanada, já devia apresentar necessidades de região que crescia e se desenvolvia, pois em 1930, foi criado o 1º posto policial.

A partir de 30, surgiu o primeiro líder (Teófilo Pereira de Lima) , que foi responsável pela criação e desenvolvimento da primeira feira em 1935 na rua Siqueira Campos. Criada a Feira, sabendo Teófilo da importância dela para o desenvolvimento de Cavaleiro, não deixava que os feirantes e produtores sobrasse com mercadorias, comprando-as muitas vezes e distribuindo aos pobres, exigia dos vendedores que as trouxessem escolhidas, pois, teriam comércio garantido. Cavaleiro foi aos poucos se tornando famoso e dentro em breve sua feira era conhecida em todo Pernambuco. Isto atraiu muitos comerciantes, que aqui se estabeleciam, para aproveitar o afluxo de gente vinda de todas as partes para as feiras de sábados e domingos. Junto aos comerciantes vieram também seus familiares e amigos, e outros, atraídos pela feira e a promessa de progresso. Já em 1937, em virtude de espaço, a feira foi transferida para a praça Samuel Campelo, que hoje se chama Teófilo Pereira Lima em homenagem ao benemérito que com sua luta em favor da construção de um mercado público, que se concretiza em 1943, mais uma vez através de Agamenon Magalhães (que na atualidade dá nome à principal avenida do distrito de Cavaleiro).

Mas Teófilo não descansava, e achava que a região precisava de educação, para ele não era o bastante o Mercado Público, a água encanada, o abrigo de menores abandonados, e o abrigo do Cristo Redentor, as escolas daquela época não eram suficientes para o crescimento da população, e então Graças mais uma vez ao Senhor Teófilo e Agamenon Magalhães em 1953 Cavaleiro recebe o Grupo Escolar Murilo Braga, Hoje Escola Estadual Murilo Braga, que é uma dos grandes departamentos educacionais que fazem parte da história de Cavaleiro e da história individual de seu habitantes juntamente com os hoje também chamados como Escola Estadual Profº Moacir de Albuquerque e Ministro João Alberto, e em 1954 é criado seu cartório Civil.

Mas faltava sua paróquia, em 1958, graças aos esforços de um grupo de homens, tendo a frente Davino Tenório, é criada por D. Antônio de Almeida Morais Junior, a Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes de Cavaleiro, que por muitos anos funcionou no então Grupo escolar Murilo Braga tevê sua sede inaugurada em 1973.



Fonte: A. X. C. Matriz de Nossa Senhora de Lourdes Cavaleiro, 1973.

13 comentários:

  1. Meu nome á Marcelo de Lima Albuquerque. Talvez eu descenda dos Fonseca Lima.

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  2. Olá, gostaria muito de mais informações pesquiso minha familia que é Cavalcanti Albuquerque Uchoa, a irmã da minha bisavó Francisca de Assis de Albuquerque Maranhão chamava-se Antonia e casou com Francisco Brandão,conforme seu relato ela teria ganho do pai o engenho Jangadinha.Minha familia falava que iam para esse engenho .Vc poderia me ajudar com mais informaçãoes?engraciaregis@hotmail.com

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  3. Gláucia,
    Meu nome é Jônatas Lins, moro com uma vista privilegiada da casa grade, mas infelizmente não consigo contemplá-la como antes, pois metade de seu telhado veio a baixo, tirando isso, faço história na UFPE e sempre tive interesse na história de meu bairro, e queria saber mais sobre as fontes que você utilizou entre outros, pois gostaria muito de fazer um artigo sobre o engenho Jangadinha e contar mais sobre a história de nosso bairro para tirá-lo desse esquecimento e mostrar um pouco dessa grandeza histórica e a importância dele dentro de Pernambuco. Fico muito feliz com esse Blog. Se poder me ajudar esse é meu E-mail: jonatas_lins@hotmail.com

    Atenciosamente e muito feliz
    Jônatas Lins

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  4. ola,estou com um trabalho na escola para resgatar a historia do bairro de cavaleiro e eu gostaria q vc me ajude por favor...

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  5. Passei minha infância em Cavaleiro na Localidade chamada Vila Enedina onde desapareceu pra dar lugar a Oficina do Metrô. No início da década de 60 ainda visitei algumas sedes de engenhos onde umas ainda existem outras não. Por exemplo onde funcionava em jangadinha a antiga Febem; no começo da rua Silvino Macedo havia na época uma Olaria que depois virou fábrica de gelo que era sede de outro engenho; na mata do Cumbe havia outra sede de Engenho; conheci o Sr Davino Tenorio que inclusive trabalhou no Colégio Prof Moacyr de Albuquerque. alcancei ainda a sede onde era o Engenho Cova de onca e outra sede do Engenho Manassu. Lembranças que hoje lendo a história de Cavalheiro que no início da linha de ônibus de Chico da Metropolitana ainda trazia esse nome antigo! Grandes recordações do Padre José Lins de Moura saudoso diretor do antigo Gec e depois Moacyr de Albuquerque!

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  6. Olá, meu nome é Cristiana e estou fazendo uma pesquisa científica sobre o Mercado Público de Cavaleiro. Gostaria de algumas informações e acho que você pode me ajudar.
    Por favor, entre em contato comigo, ficarei muito grata.

    Email: cris_lima4195@hotmail.com

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  7. Um dos antigos moradores de Cavaleiro, o Sr Francisco de Mesquita era dono de grande extenção de terras onde estava localizadas a Vila Enedina e vila do Cajá. Além da terra ele possuia muitas casas de aluguel. Esse senhor conhecia a história de Cavaleiro. Conheci o nesmo pois meu pai era um de seus Inquilinos. Tive a sorte de conhecer o Sr Davino Tenorio e Franciscisco Tenório.

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  8. Sou nascida em cavaleiro
    Adorei saber a hestoria. Minha família ainda mora ai por traz do Murilo Braga

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  9. Amei o seu texto Gláucia Cândida, irei fazer meu TCC sobre os empreendedores informais da Rua Padre Nóbrega em Cavaleiro, vc poderia me ajudar com mais informações?


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  10. Meu email
    danielly.yasmin3@gmail.com

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  11. A História de Cavaleiro traz fatos pitorescos como por exemplo o famoso "Bode cheiroso" que inclusive como protesto numa eleição conseguiu votos para ser eleito vereador. Existiam personagens que fizeram parte da minha infância na Vila Enedina e Vila do Cajá que hoje não existem mais: Caçarola - Chupeta - Birilo- Viu da Burra e outros. Sou aluno fundador do Ginásio Estadual de Cavaleiro que começou a funcionar na Paróquia de N S de Lourdes depois na Escola Ministro João Alberto e depois em Jangadinha onde tornou-se Colégio Prof Moacyr de Albuquerque tudo com o saudoso Padre José Lins de Moura grande educador a quem devo muito a minha formação de cidadão. Lembranças inesquecível dos Professores: Nelson - Célia - Ivanise - Edna - Cintra - Abel - Nino - Galiza - Luiz Antônio - Maria Helena e outros que a memória falha e não lembro no momento.

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  12. nasci e mim criei em cavaleiro no alto da macaiba.fiz o primario no ministro joao alberto.depois fui para o murilo braga pois houve uma reforma no ministro.saudades imensa dessa epoca.lembro bem da profersora dora lucia na epoca do primario.fiz meu prineiro grau no murilo braga com otimos profersores.lembro de DUARTE.SOBRINHO.MARDILSON.DONA AUREA.que epoca boa.dos colega de sala lembro de alberes.mariluce.marluce.diogenes ebtre outros.

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